Intenção de contratação é negativa para o 2º tri de 2015, diz pesquisa

dom, 15 de março de 2015 • 00:37 • Brasil

A pesquisa "Expectativa de Emprego no Brasil" do ManpowerGroup, consultoria de soluções de gestão e contratação de pessoas, divulgada na sexta-feira (13), mostrou que os empregadores brasileiros preveem um ritmo lento de contratação para o período de abril, maio e junho de 2015. Com os dados ajustados, permitindo a variação sazonal, o índice da intenção de contratação é de -1%. É a primeira vez que o Brasil apresenta um índice negativo desde que o estudo se iniciou no país, no 4º trimestre de 2009.
 
Enquanto 18% esperam aumentar as contratações, 15% antecipam uma queda em seus quadros e 65% acreditam que vão manter suas equipes intactas.
 
"As intenções de contratação no Brasil continuam em declínio e alguns fatores podem explicar isso. O aumento da inflação afeta a economia e os empregadores em geral acreditam que este será um ano difícil, com baixo investimento e pequeno crescimento. O índice de -1% indica que o ritmo de contratação será decepcionante nos próximos meses. No entanto, o estudo apresentou alguns pontos positivos, como o de que grandes empresas possuem intenções de ampliar suas equipes durante o próximo trimestre. Além disso, em quatro, dos oito setores ouvidos esperam algum crescimento nas intenções de contratação nos próximos três meses e algumas oportunidades estarão disponíveis em setores como o de finanças, seguros, agricultura, mineração, pesca e varejo”, afirma Riccardo Barberis CEO do ManpowerGroup Brasil.
 
Os níveis de perspectiva de contratação devem crescer em quatro de oito setores da indústria, mas sofrerão declínio em duas das cinco regiões durante os próximos três meses. Quando comparado com o trimestre anterior e o mesmo período em 2014, os planos de contratação caem em sete setores e todas as regiões.
 
Por setor                                                                      
As mais fortes intenções de contratação são reportadas no setor de finanças, seguro e imobiliário, com uma expectativa líquida de emprego de 16%. O setor da agricultura/pesca e mineração apresentou índice de 9%. No entanto, cortes são previstos em quatro setores. O índice mais fraco está no setor da construção com -12%, acompanhado pela indústria, com -9%.
 
Historicamente, o setor de serviços é o que tem o maior peso na economia nacional. No entanto, para o 2º trimestre de 2015, o setor de serviços relatou sua a mais fraca expectativa de contratação, com -2%. Foi a primeira vez que o setor registrou marca negativa, desde que o estudo se iniciou no Brasil, no 4º trimestre de 2009.
 
Por região
 
Empregadores brasileiros anteciparam um ritmo fraco de contratações em todas as cinco regiões para o segundo trimestre de 2015. As melhores perspectivas são do estado do Rio de Janeiro com índice modesto de 5%. A cidade de São Paulo e o estado de Minas Gerais reportaram a mesma taxa de 0%. As regiões com os piores planos de contratação são a Grande São Paulo e o estado do Paraná, onde ambos apresentaram intenção negativa de -2%.
 
"Pela primeira vez desde o início da pesquisa, os empregadores brasileiros se mostraram pessimistas. A alta da inflação afeta setores como serviços, pois reduzem a renda disponível para o consumo. Com o enfraquecimento da economia, um menor número de projetos de infraestrutura é realizado, o que acaba afetando o confiança dos empregadores nos setores de construção e indústria, obrigando-os a reduzirem suas equipes. Muitas empresas estão aparentemente adotando uma abordagem ‘esperar para ver’ antes de se comprometer com a contratação de mais colaboradores”, conclui Barberis.
 
Pelo mundo
 
Empregadores de 40 de 42 países e regiões esperam aumentar seu volume de contratação nos período de abril a junho de 2015.
 
A Europa apresenta cenário favorável: empregadores em 23 de 24 países possuem previsão de aumento de equipe durante o 2º trimestre de 2015, com apenas a Itália apresentando declínio nos próximos três meses. Mais uma vez a região com o mais forte plano de contratação é a Turquia.
 
O número de trabalhadores deverá crescer em todos os oito países e territórios da Ásia-Pacífico durante os próximos três meses. Porém os índices são mais fracos em cinco países, se comparado com o 1º trimestre de 2015 e o mesmo período em 2014. A atividade de contratação mais forte é esperada em Taiwan e as mais fracas na Austrália e China.
 
A América prevê um cenário positivo: empregadores em nove dos 10 países da América esperam ampliar o número de colaboradores durante o próximo trimestre. Empregadores no Panamá e Estados Unidos relataram as perspectivas de contratação mais otimistas na região, enquanto os menos otimistas foram relatados no Brasil, Argentina e Peru.
 
Fonte: Portal GLOBO.com

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